sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

The Lion and The Lamb

Por que pessoas tão diferentes se apaixonam? Será que é mesmo verdade que os opostos se atraem? Ou talvez um pouco de similaridade seja algo essencial?

Há algum tempo, li um livro e nele havia um diálogo um tanto bobo, mas que me marcou profundamente:


"And so the lion fell in love with the lamb."

"What a stupid lamb"

"What a sick, masochistic lion"


Será que realmente o amor entre um leão e um carneiro pode funcionar?

Como poderia o leão abrir mão do seu instinto dominador, exigente diante da docura e inocência do carneiro?Poderia o leão se controlar pra não sufocar a pobre ovelhinha? E o carneiro conseguiria acompanhar o ritmo frenético da vida do leão?

No mundo há diversos leões, carneiros, leoas, ovelhas... Pessoas tão diferentes, baladeiras, caseiras, intelectuais, alienados... Pessoas calmas, nervosas, ciumentas, carentes, distraídas, exigentes. Chego a pensar que é realmente impossível formar um par que consiga se completar sem se sobrepor.

Não é raro ver que em um casal um domina e o outro é dominado. Sempre há a presa e o predador. Sempre tem alguém que abre mão do que realmente gosta em prol de outro. Sempre há o leão e o carneiro.

O romance entre diferentes pode ser lindo, mas só muito mas muito amor pode fazer dar certo. Se não houver amor demais, compreensão, paciência, disposição o pobre carneiro vai ser esfolado pelo leão ou o leão vai morrer de tédio ao lado do carneiro.

No fim, o mais forte parte pra outra. Sempre há outros querendo o leão como companhia. E o carneiro sempre será o idiota da história...


What a stupid lamb!

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Quase...

Não há palavra que eu odeie mais do que o "quase". O que é o quase? O quase é a prova mais visível quanto somos incapaz, é a tentativa do consolo diante uma falha. "Ah, eu quase passei". "Ah eu quase o conquistei"... Tudo é um quase. Como se o quase pudesse justificar uma nota ruim, afinal, ela foi quase boa. O quase também justifica um amor perdido, afinal ele quase deu certo.

Deveriam ter abolido o quase na reforma ortográfica. Imagine como a vida seria boa sem o quase. "Eu passei" ou "eu reprovei". Coisas exatas, nada de dúvidas, nada de quases. Se não existisse o quase, ninguém iria ficar sofrendo por quase ter conquistado a pessoa amada. Se não existisse o quase, ninguém iria lamentar quase ter sido feliz... Nada de copos quase cheios ou quase vazios. Seria uma vida inteira, fosse de sucesso, fosse de fracassos. E até mesmo os fracassos são melhores que os quases, fracassos ensinam, quases consolam.

Definitivamente eu odeio o quase. E odeio mais ainda viver tão cercada dele.

Mas eu estou quase retirando o quase da minha vida...

Amar demais...

Há pessoas nessa vida que morrem sem ter amado verdadeiramente alguém. Mas eu, nunca vão poder me culpar ou me acusar de não amar. Meu problema é justamente o inverso. Eu simplesmente amo demais.

Como pode amar demais ser um problema? Pois pra mim é. Eu amo demais, eu amo gente demais, eu amo coisas demais...

Certo dia, um colega comentou que eu mudo demais meu cabelo. Mudo demais... rápido demais. A verdade é que não é apenas o cabelo. Eu mudo demais. Sou inconstante demais. Inconsistente demais.

Tudo o que eu quero é um grande amor, daqueles que seja capaz de me tirar o ar. Quero sentir o coração acelerar ao ver uma mensagem no celular, ao escutar o telefone tocar. Quero dormir e acordar pensando em alguém. Quero que esse alguém também pense em mim. Quero um amor digno de dar inveja aos contos de fada.

Mas como posso ter esse amor se eu não sei amar? Essa é a verdade, eu amo a humanidade, mas não amo uma pessoa. Se me perguntam quem é a pessoa mais importante da minha vida, tirando familares, eu simplesmente não consigo responder. Diria que há pelo menos três que merecem essa posição.

E esse não é o único problema. Como posso amar alguém, mostrar pra alguém o quanto ele é especial e único pra mim, se quando estou perto dele, acabo tratando melhor nossos amigos pelo simples fato de que não acho certo deixar uma amizade de lado por um amor? Como eu posso querer que alguém adivinhe que eu o amo, se tudo o que eu faço é andar abraçada o tempo todo com um amigo nosso só por adorar abraçar meus amigos.

No fim, queria não amar demais. Amar demais me faz viver no talvez. Talvez se eu tivesse olhado pro lado, talvez se eu tivesse tido a coragem de roubar um beijo, talvez se eu fosse capaz de ignorar o resto das pessoas e amar só uma.

No fundo, não quero mais amar demais, só quero amar você...

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

You've Got Mail





Ontem eu estava assistindo esse filme, Mens@gem Para Você (You've Got Mail) e milhares de coisas começaram a passar pela minha cabeça.

O filme foi feito em 1998 e conta a história de duas pessoas que se conheceram por um Instant Messenger(da AOL, propaganda legal, pena que nunca usei esse) e acabaram se apaixonando. Pouco a pouco, a vida normal que eles tinham vai sendo modificada e influenciada por um relacionamento virtual. Duas pessoas que sequer sabem o nome uma da outra, que nunca se viram, no entanto, se tornam dependentes, confidentes...

Pena que nem tudo é perfeito. Se no mundo virtual Kathleen e Joe se adoram, no real são inimigos. Kath é dona de uma pequena loja de livros para crianças que está quase indo a falência por causa da megastore de Joe. Mal sabem eles que a noite, após tantos conflitos de dia, acabam desabando um com o outro justamente sobre eles mesmos.

O filme, como todo bom romance, tem um final feliz. Kathleen e Joe acabam se apaixonando de forma bem real e terminam juntos.

Mas e na vida real? Será que relacionamentos virtuais conseguem funcionar tão bem quanto os reais? Hoje, dez anos após o filme, o assunto ainda é extremamente pertinente.

O Instant Messenger da AOL acabou dando lugar ao MSN da Microsoft, aliado ao Orkut do Google. Juntos, provavelmente, esse é o casal mais perfeito do mundo virtual. E talvez, um dos poucos que sobrevive a tanto tempo.

Relacionamentos virtuais acabaram se tornando rotineiros tanto quanto os reais. Duas pessoas se conhecem pelo orkut, trocam alguns scraps, se adicionam e, em algumas horas vão para o primeiro encontro: se adicionam no MSN.

Sim, o MSN pode ser considerado o primeiro encontro virtual. Se a relação sobreviver a ele, terá grandes chances de prosseguir pra próxima fase. No MSN a conversa é em tempo real. Não dá tempo para pensar ou você corre o risco da outra pessoa se achar pouco interessante pela sua demora e ficar offline. Outro problema é o assunto. Num encontro em carne e osso, assunto acaba sendo detalhe, se não há o que falar, basta beijar. No MSN é parte essencial. Um silêncio prolongado pode resultar num block imediato.

Também há outros problemas, como a escrita da pessoa. Chega ser cómico que para se namorar hoje em dia, seja necessário saber escrever (ao menos pra me namorar, definitivamente é). Ou um dos lados pode sofrer uma grande decepção portuguesa. Peguemos um exemplo. Um tempo atrás fui numa festa e conheci um garoto. Conheci é forma de falar, tudo que fiz foi apenas vê-lo de longe, sequer trocamos uma palavra. Mas fiquei fascinada por ele, tão fascinada a ponto de querer saber mais de sua vida. E la vou eu, nesse magnifico mundo moderno. Após algumas buscas pelo orkut, hi5, blogs e similares, descobri várias coisas, até mesmo o que ele gosta de comer e seu esporte preferido (o que me leva a pensar sobre privacidade, mas isso é assunto pra outro dia). E sim, o garoto era perfeito. Bonitinho, aparentemente inteligente, com gostos parecidos com os meus mas sem ser uma cópia minha. Era hora do teste final, adicionar dando oi. Não foi muito fácil, raramente adiciono alguém que não conheço, mas pensei que esse iria valer a pena. A recepção foi boa, exceto pela parte em que ele troca todos os "q" por "k", "s" por "x", "ão" por "aum", além da risadinha virtual que eu mais detesto o "rsrs". Ou seja, o garoto perfeito se tornou brochante. Talvez, se tivesse sido no mundo real, o resultado fosse outro.

Mas voltemos ao assunto principal: encontros pelo MSN. A medida que a conversa vai se tornando mais íntima, cada um vai conhecendo ainda mais do outro, seus gostos, sonhos, desejos. Pessoas chegam se tornar tão próximas a ponto de uma saber do humor da outra apenas pela forma de dar bom dia. Aos poucos - normalmente isso tudo é bem rápido, afinal estamos no mundo virtual, não há porque perder tempo - o "casal" passa a trocar fotos, ligar webcam, realizar conversas por voz. A presença de um na vida do outro se torna tão grande que eles até mesmo esquecem que nunca se viram de verdade.

Se pessoalmente há o frio na barriga, o coração acelerado, a mão fria ao chegar perto do seu "interesse amoroso", pela internet também há. Várias vezes meu coração se acelerou ao ver uma janelinha do MSN subir indicando que "ele" estava online. O friozinho na barriga ao ver um scrap no orkut... O mundo realmente está virtual, até mesmo as emoções são virtuais (novamente isso rende outro assunto, do quanto nos tornamos dependentes de emoticons e similares). A propósito, isso é bem mostrado no filme, o tanto que a personagem da Meg Ryan gela ao escutar essas palavrinhas mágicas "You've got mail".

Por fim, após os vários encontros via MSN é hora de passar pra próxima fase do relacionamento virtual, marcar um encontro real. Talvez esse momento seja ainda mais complicado. Duas pessoas que se conhecem completamente mas que nunca se viram. A reação pode não ser a esperada. As vezes, alguém descontraído na net se torna muito tímido pessoalmente. No filme, o primeiro encontro deles não deu muito certo, afinal Joe a reconheceu como sua inimiga e amarelou, dando um belo bolo na pobre "Shopgirl", seu nickname virtual.

Depois desse encontro real, as coisas tendem então a ficar mais difíceis. O namoro virtual se torna chato, a vontade de se estar com a pessoa vai só aumentando e cada dia o MSN vai ficando menos atrativo e mais irritante. Mas, se após tudo isso o casal ainda conseguir ficar junto, então há uma chance desse relacionamento moderno realmente dar certo.

Pessoalmente, me tornei contra esse tipo de relação. Estudando/trabalhando com informática acabo passando muito tempo no computador e consequentemente na internet. Acabei conhecendo muitas pessoas por orkut e afins. Fiz grandes amigos, amigos para uma vida toda, mas após o terceiro relacionamento romântico virtual, definitivamente não acredito mais neles. Amizade sim, amor não.

Tenho dois amigos que estão juntos a mais de um ano e começaram assim, por orkut e MSN, acho lindo o amor deles, mas deve ser exatamente como um raio cair no seu quintal, uma chance em um milhão de algo assim acontecer.

E agora que resolvi abandonar o mundo virtual e me aventurar novamente no mundo real, encontrei um outro problema. Conheci um garoto (lógico que já pensei se ele também troca "q" por "k") e, para minha surpresa, ele não tem orkut, nunca usou MSN e só usa internet pra assuntos de faculdade. Confesso que fiquei pasma e um tanto assustada, como irei falar com ele sem ser pelo MSN? Por onde irei ter informações do que ele gosta e não gosta sem ser pelo orkut? Pelo visto estou retornando aos relacionamentos arcaicos onde cada pequena coisa se torna uma surpresa, boa ou não, mas ainda assim surpresa. Estou de volta ao mistério, ao incerto e ao desconhecido. E, se querem saber, é realmente bom isso. Não mais "You've got mail" pra mim.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Um novo blog

Por que iniciar um novo blog?

Esta pergunta deve estar na cabeça de quem me conhece e conhece meu "blog" antigo. Definitivamente seria mais simples reformar o outro do que iniciar esse do zero, tenho que assumir, no entanto, certas coisas não se deve perder.

Há um ano atrás eu estava muito, mas muito triste por diversos motivos, desde um coração partido até insatisfação profissional. O Livin'on a Fairy Tale veio pra isso, pra acalmar uma alma atormentada. Um blog que mais parece um diário de menina, sem nenhum conteúdo realmente útil, apenas um desabafo.

Um ano passou. Muita coisa mudou. O coração partido foi remendado e novamente partido. Mas ao menos profissionalmente as coisas estão quase como eu sempre desejei. Toda aquela tristeza que me cercava e consumia foi embora, hoje só há um sentimento em mim: amor. (Tá, talvez eu deva dizer que há também esperança e muita felicidade).

A garotinha que dizia nah cresceu. Posso dizer que envelheci e amadureci em um ano algo equivalente a uns cinco, por isso um novo blog.

Dessa vez um blog com um pouco mais de conteúdo, onde tentarei escrever coisas um tanto úteis e claro, divertidas. Pretendo também convidar umas amigas pra postarem aqui, tornando-o não apenas meu, mas algo nosso.

O antigo continuará no mesmo lugar e, um dia ou outro, a Garota que diz Nah deve dar as caras por lá. Mas por agora, é hora de fechar o diário colorido e iniciar um novo capítulo, não mais de uma garota, mas de uma mulher (por sinal, apaixonada).